sexta-feira, 25 de março de 2011

o que ficou em segundo.

lá vamos nós outra vez.
nessa dança enlouquecida de mãos, abraços, pés e passos.
cada um no seu tempo.
encaixados perfeitamente, como uma sinfonia desconhecida que acarícia lentamente os ouvidos pegos de surpresa.
lá vamos nós, ouvir o coro de dois corações, que mais parecem todos os corações do mundo em um grito uníssono, tão forte são.
é tudo como antes e completamente novo.
eu continuo te querendo, te sentindo e adorando cada pedaço que é tão seu quanto meu.
ainda lembro constantemente do primeiro momento em que te quis.
a eu foria que transbordava entre as quatro paredes de um mundo só meu.
os outros falavam, bebiam e não paravam um segundo. mas, para mim, nada havia
além dos seus olhos negros e esse sorriso que mistura malícia e delicadeza.
parece que foi hoje mais cedo um pouco, tão quentes ainda são os fatos presos aos meus olhos.
naquele momento, descobri que o que lhe trazia o semblante de criança, era o mesmo elemento que te fazia a mais feroz e provocante criatura.
te quis. te quis muito. te quis tanto que cheguei a te tocar, disfarçadamente. te quis e ainda te quero.
mas, naquele momento eu te quis mais que qualquer outra coisa. quis te apertar contra o meu corpo.
quis te sentir até o meu último suspiro. te quis com essa intensidade e fingi que não queria.
embora meu cerébro ainda não se rendesse aos esforços do meu corpo para desenhar o que já estava impresso na expressão do meu rosto a ponto de ser assunto entre aqueles que já não me importavam estar ali  naquelafesta alienada a qual não mais pertencia, eu já sabia.
foi assim que nos rendemos - meu coração e eu.
agora, entrego-me à sua dança, dia após dia.
deixo seu corpo brincar com o meu desajeito, enquanto meus olhos ensaiam um samba para os seus.
permito que as coisas aconteçam.
vou, aos poucos, despindo-me dos sonhos e fantasias para que tudo o que restar em mim, seja parte de você. desse seu jeito moleque, sonhador, e tão cheio de fé. sua malemolencia carregada deste sorriso, às vezes torto, tão simétrico ao meu.
quero sempre mais da tua essência, dessa força embutida nas suas mãos macias que conseguem tocar algo em mim que eu sequer sabia a existência.
e cada um desses detalhes, não visíveis a olhos nus, envolvem-me em sua dança, inventam uma modalidade e me tornam campeã olímpica de dança sincronizada!