quinta-feira, 8 de abril de 2010

baile de sentimentos;


'E as máscaras? Eu tinha medo mas era um medo vital e necessário porque vinha ao encontro da minha mais profunda suspeita de que o rosto humano também fosse uma espécie de máscara. À porta do meu pé de escada, se um mascarado falava comigo eu de súbito entrava no contato indispensável com o meu mundo interior, que não era feito só de duendes e príncipes encantandos, mas de pessoas com o seu mistério. Até meu susto com os mascarados, pois, era essencial para mim.'

(Lispector, C.) 

Nos perdemos ao longo do caminho, muitas vezes, tentando fugir das nossas aflições, dos nossos medos. Como afortunados seríamos se fossemos donos da coragem que Clarice escancara nesse pequeno trecho do conto 'Restos do Carnaval'.
Ah, se todos tivéssemos um ladinho Clariciano
... 
que, mesmo afligida e faminta de respostas, encarava o mundo, as palavras, as pessoas e suas máscaras!







Um comentário:

  1. Thaís, adorei seu espaço e começei a desfrutá-lo pelo belíssimo post dedicado à Clarice. Gosto muito de Restos de Carnaval, é um conto maravilhoso que fala da esperança de um carnaval feliz desmanchado pela doença da mãe, mas reconstituído pelo elogio do garoto no final. Parabéns!!! Como não contém glúten passarei por aqui muitas vezes...Abraço!

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